“Pequenos Sapiens” revela investigação que combina pistas com 20 mil anos, análises de especialistas e pesquisas recentes.
A 12 de junho, pelas 22h15, o Canal HISTÓRIA estreia em exclusivo “Pequenos Sapiens”, um documentário surpreendente que revela como as crianças pré-históricas podem ter sido impulsionadoras da evolução humana, explicando como é que viviam, brincavam e aprendiam, há dezenas de milhares de anos.
Esta investigação combina pistas de 20.000 anos, análises de especialistas e pesquisas de vanguarda para revelar como os nossos antepassados juniores aprenderam com brincadeiras e aprendizagens ao lado dos mais velhos, e como é provável que tenham desempenhado um papel muito mais importante na sociedade do que imaginávamos.
De brinquedos da Era do Gelo a evidências de uma luta de lama pré-histórica – e com observações comparativas de como as crianças vivem, brincam e aprendem hoje – estamos perante uma jornada fascinante que revela como essas mentes jovens curiosas instigaram a inovação muito antes de haver registos históricos.
Em “Pequenos Sapiens” veremos como era crescer em tempos pré-históricos e o que novas descobertas revelam sobre a história humana, sobretudo sobre as crianças que desempenharam um papel muito maior na história humana do que imaginávamos.
Novas descobertas arqueológicas revelam que constituíam cerca de metade das populações pré-históricas. E agora, graças à tecnologia de ponta e a novas pesquisas, especialistas conseguem analisar de perto o que essas crianças deixaram para trás, podendo finalmente contar a história.
Anteriormente, acreditava-se que os adultos eram os protagonistas principais da história humana, mas as recentes descobertas inverteram essa ideia. À medida que as crianças pré-históricas se tornaram mais visíveis, os arqueólogos começaram a descobrir como cresciam, o que comiam e como passavam o tempo.
Em Roma, Alessia Nava analisa dentes de leite antigos para descobrir mais sobre a sua dieta e o nível de stress fisiológico que sofriam. Novas evidências revelam que as crianças tinham responsabilidades importantes desde cedo: recolher alimentos, ajudar na caça e até mesmo cuidar dos irmãos mais novos.
Mas ser criança não era isento de diversão. Arqueólogos encontraram o que podem ser brinquedos da era glacial e no norte de Itália, especialistas reconstituíram uma cena animada de cerca de 14.000 anos atrás — crianças a brincar com bolas de lama e pressionando-as contra a parede de uma caverna.
Num local onde se caçava há cerca de 15.000 a 17.000 anos — hoje um subúrbio parisiense — a arqueóloga Elisa Caron-Laviolette estuda como os habilidosos fabricantes de ferramentas de pedra trabalhavam, encontrando evidências de crianças a brincar ao lado deles, imitando a sua construção de ferramentas.
O arqueólogo evolucionista Felix Riede conta como as crianças pré-históricas provavelmente eram como os jovens de hoje — muitas vezes os primeiros a adotar novas tecnologias. Esses “influenciadores da era glacial” experimentaram com os materiais ao seu redor, absorveram novas informações e habilidades e transmitiram-nas para a geração seguinte, contribuindo para a nossa sobrevivência.
Descobertas arqueológicas revelam ainda que as crianças eram adoradas em vida e profundamente lamentadas na morte. No norte da Itália, o túmulo mais antigo de uma menina na Europa, há cerca de 10.000 anos, mostra como foi sepultada com extremo cuidado, cercada por objetos rituais, incluindo conchas ornamentais, pingentes e chocalhos.
É uma prova de quão valorizada era, tanto como um adulto. “Acho que é um belo lembrete de que está em nós; é de onde viemos”, diz April Nowell, arqueóloga da Universidade de Victoria. “Essas crianças eram realmente amadas. Eram o centro das suas comunidades”, acrescenta.