O seu acesso à meca da pop foi um fenómeno global. A sua queda um cruel desporto nacional. Na próxima segunda-feira, 22 de fevereiro, às 22h00, o canal de televisão Odisseia, produzido pela AMC Networks, estreia em exclusivo ‘Framing Britney Spears’, um documentário do The New York Times que causou recentemente grande impacto nos EUA. A produção recorda as luzes e as sombras da trajectória de Britney Spears, incluindo a sua etapa de maior popularidade nos anos 90 e 2000, abordando a série de acontecimentos que levaram a que em 2008 perde-se o controlo da sua vida e passa-se a ser tutelada a partir dessa altura pelo seu pai (Jamie Spears).
Este trabalho de investigação explora a base legal da tutela, assim como os requisitos que devem cumprir tanto Spears como os tutores deignados pelo juíz. Hoje em dia, a cantora de 39 anos não pode dispor livremente do seu dinheiro ou assinar nenhum documento sem autorização prévia, o que a levou a uma árdua batalha judicial contra o seu pai. A origem desta decisão legal foi a crise nervosa de que a “princesa da pop” sofreu em 2007, e que a levou a rapar a cabeça e, posteriormente, a perder a custódia dos seus filhos e a entrar num centro psiquiátrico.
‘Framing Britney Spears’ também explora a ferverosa base de fãs que estão convencidos que Britney deveria ser libertada da tutela (e que lideram o movimento #FreeBritney) e revê o tratamento questionável que os meios de comunicação revelaram durante a carreira da estrela da pop. Uma época em que a artista sofreu o permanente assédio – com paparazzi que a perseguiam 24 horas por dia – e objeto de comentários ofensivos e machistas em programas de televisão, o que, actualmente, – depois do movimento #Metoo- seria algo inconcebível.
Entre os testemunhas deste documentário, destaque para Felicia Culotta, uma amiga da familia que viajou juntamente com Spears durante grande parte da sua carreira; Kim Kaiman, a responsavel de marketing que ajudou a criar a imagem original de Spears; Vivian Lee Thoreen, advogada que atualmente trabalha na luta pela tutela; e Adam Streisand, o advogado que Spears tentou contratar nos primeiros dias de tutela para tentar desafiar o seu pai.
Entre as reacções que teve o estreia nos EUA, destaca-se Justin Timberlake, ex-namorado de Spears, que publicou recentemente um pedido de desculpa na sua RRSS por “ ter contribuido com as suas ações para o problema” e por ter “beneficiado de um sistema que aprova a misoginia e o racismo”. Respondendo assim depois de ter visto o documentário. Depois da ruptura com Britney em 2002, o cantor deu a entender, durante a promoção do seu primeiro disco a solo, ter-se envolvido com ela numa altura em que a artista já havia sido assinalada como um mau exemplo para os adolescentes.
‘Framing Britney Spears’ faz parte da segunda temporada de The Weekly, a prestigiada série documental produzida pelo The New York Times e que o Odisseia oferece em exclusivo em Portugal.